"A Sra. C., uma gerente de loja de 41 anos, foi fazer uma avaliação psicológica graças à insistência do gerente regional da rede de lojas para a qual trabalha. Ela falhou em entregar os últimos quatro relatórios periódicos em tempo, e sua loja tem uma das piores taxas de produtividade da rede, apesar de ela usualmente chegar cedo no trabalho e ficar até mais tarde do que qualquer outro gerente, e parecer estar ocupada em cada minuto do dia. A Sra. C trava frequentes batalhas com seus funcionários e tem a maior taxa de rotatividade de funcionários na rede. Quando confrontada com esses problemas, ela insiste que sua loja está sendo conduzida 'adequadamente' e de acordo com as regras -- diferente das outras lojas da rede, que estariam mantendo padrões de 'má qualidade'.
"É fácil identificar a fonte da dificuldade na loja. A Sra. C insiste que seus funcionários coloquem e arranjem as mercadorias em linhas requintadamente retas. Ela verifica uma vez, duas, três, quatro vezes todos os itens, e é essa a razão pela qual ela nunca consegue terminar seus relatórios periódicos a tempo. Ela microgerencia cada aspecto da operação da loja e, consequentemente, seus gerentes subordinados estão sempre pedindo transferência para outras lojas. Em vez de apreciarem a constante supervisão da Sra. C, seus gerentes acham isso irritante e demorado. Ela está constantemente elaborando gráficos, tabelas e diretrizes de funcionários. Ela gasta boa parte de seu tempo toda manhã construindo e elaborando listas de tarefas que nunca encontra tempo para completar.
"A Sra. C é casada há 15 anos e tem dois filhos adolescentes. Seu marido é carteiro. O Sr. C relatou ao terapeuta que antes da Sra. C começar a trabalhar na loja há 6 anos atrás eles tinham muitas brigas conjugais por causa da necessidade da Sra. C de supervisionar e dirigir cada aspecto de sua vida. Ela insistia em saber onde ele estava em cada momento e tinha tentado planejar todas as atividades de seu tempo livre. Ele disse que foi um grande alívio para ele quando ela começou a trabalhar na loja, tornando-se ocupada demais para prestar tanta atenção na vida dele. O Sr. C diz que é difícil para ele e os filhos convencerem sua esposa a tirar férias e que geralmente acaba não sendo muito divertido quando ela concorda em ir. A Sra. C planeja o itinerário e as atividades minuciosamente e insiste que todos devem participar do que ela agendou. Nada de espontâneo ou não planejado é permitido, e ela espera que todos passem o tempo 'produtivamente', mesmo quando de férias."*
{* Frances, Allen, M.D., and Ross, Ruth, M.A., DSM-IV Case Studies. (American Psychiatric Press, Washington, D.C., 1996), pg. 315-6 }
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